sábado, 22 de janeiro de 2011

Lembranças

E aqui estou eu... Sozinha n’outro quarto vazio
Sendo assombrada por lembranças de um passado que agora, visto de longe,
Parece-me perfeito
Em momentos assim, a solidão bate como o impacto de uma colisão.
Perco-me em meu silêncio,
Com milhares de vozes ao redor...
Minha concentração é roubada novamente por seus mais antigos larápios,
Aqueles que vivem em todas as minhas lembranças,
Aqueles que são todas as minhas lembranças
São os meus mais fiéis fantasmas...
Arrastando correntes de arrependimento, tirando meu sono,
Levando minha paz.
Fantasmas soprando em meu ouvido coisas que eu jurava a muito,
Enterradas
Trazendo à memória tudo o que passou despercebido,
Cada detalhe, cada palavra
Que outrora, fora julgada insignificante vem com peso descomunal
Fantasmas que me assombram dia e noite,
Tendo minha tortura como hobby.
Fantasmas que trazem até mim coisas buscadas no interior de minha mente,
No fundo de meu coração,
E na parte mais obscura de m’alma...
Obrigando-me a aceitar tudo o que passou
E tornando impossível o esquecimento.
Fantasmas que pairam como nuvens negras ao meu redor,
Sufocam-me
Afogam-me
Inspiram-me
Matam-me

 Que estão em cada uma dessas palavras
E que se espalharão com  o vento através dos tempos,
Dando-me, por agora, o mínimo de paz.

por: G. Ribeiro